sexta-feira, 28 de setembro de 2007

OUTERZONE


Flor Negra



- Pára, Yst, pula, este aí é chato...


Yst olhou divertido, pulou umas páginas e prosseguiu. - Tudo bem, achei outro legal aqui.


No seu íntimo Yst ria de sua traquinagem para irritar Samie, o poema não existia - afinal quem deixaria crescer uma flor negra?


Uma série de rugidos preocupou o casal, sairam da estrada e rumaram para a densa floresta que vinham evitando. Elvis! E essa agora? pensou preocupado Yst.

O leão e os pastores


- Tive um sonho terrível, Yst, sonhei que um leão de enorme juba e com focinho feroz e vermelho acuava alguns pastores em uma velha ruína grega em meio a um deserto - estes, acuados, montaram armadilhas e com arcos e flechas começaram tensa vigília a medida que escureceu.


Samara olhou assustada uns arbustos que se mexeram nas proximidades de onde estavam, suspirou e prosseguiu com olhos estreitos, voz baixa e rouca - ainda suava um pouco do desesperado despertar. - De madrugada, um dos pastores acordou com um barulho estranho (como pudera adormecer naquela crise?) e percebeu que o leão devorara um amigo seu e misteriosamente só restara ele, do trio que o leão perseguira. Desesperado, atirou uma pedra no flanco do animal que rondava nas sombras e arbustos baixos fazendo o mesmo soltar um rugido ensurdecedor e uivar de dor. O pastor ficou em suspenso diante da fera.


Interessado, Yst, indagou:

- O que aconteceu depois nas ruínas?

Samara perturbada resmungou algo e depois com uma careta estranha respondeu:

- Não sei, Yst, pois nesta hora acordei - espero que o pastor tenha escapado.


Yst chutou uma pedrinha - que tal um poema do diário?

A busca do Saci continua...




sábado, 22 de setembro de 2007

Um Resumo da Aventura por Outerzone até agora!


A Caverna

Yst observava Samie dormir, apreciava aqueles belos cabelos negros,











seu jeito desarmado e quase infantil – sua respiração parecia um suspiro baixo, um leve canto.

Chovia forte, molhando os cavaleiros na tempestade; mas dentro daquela pequena caverna, o tempo parara.
Descascou uma banana e logo se deitou no chão batido olhando para Samie, quase em silêncio, pois seu coração parecia pulsar forte, rápido e o ar chegava a faltar em certos momentos. O barulho lépido de seu coração preenchia toda a caverna e, por um momento, Yst teve medo que este estrondo que partia de seu peito fosse capaz de despertar a bela pequena de sorriso luminoso.

Breve a chuva passaria e o sol iluminaria o belo céu azul de Outerzone, era sempre assim naquele lugar, sempre e sempre.

sábado, 15 de setembro de 2007

Campo de Girassóis


Garoava levemente na estrada amarelecida, Samie pensava ora em Deus, ora no poema sobre partidas; sentia saudades de algo que não sabia definir - casa? pais? amigos? bicho de estimação? Do quê? Precisava recordar...


Yst caminhava em silêncio, algumas vezes de olhos bem fechados, outras vezes com olhar vazio, outras parecia tentar observá-la de canto de olho (como faz falta um olhinho escondido entre cabelos na nuca ou perto das orelhas). Bem, quando era flagrado olhando, simplesmente sorria e falava amenidades e dá sorte que tinham tido até o momento por não cruzar com nenhum ser fantástico perigoso. Yst Carvelho, Carvelho...o antigo Carvelho não aprovaria sua mudança de lado nesta missão; só restava torcer para acharem logo o Rei Urso Acalantis e obter proteção. Que fosse logo.


- Os tempos e os movimentos são diferentes aqui, não Samie?

- Sim, de alguma forma Outerzone parece diferente de onde vim - se é que não sou daqui mesmo - bem, parecem outros tempos e movimentos, mas, hei - olha que campo de girassóis lindíssimo ali, tem alguém acenando. Parou de garoar, vamos parar um pouco?

Yst concordou com a cabeça. Precisavam parar um pouco e o campo de girassóis era belo.

Um poema do Diário é lido.


Partidas



As más notícias são usuais

- insistem em chegar-

conversas de canto

conversas de meia boca

- meia luz -

o palco agora está vazio.


Certas notícias chegam a ser boas a uns,

péssimas, desalentadoras a outros.


Sua partida deixa um vazio

uma espécie de buraco.


Então, a tristeza e a saudade, ah elas

insistem em fazer morada

- mas o tempo vai atenuando;

o coração já não bate tão amargamente

e logo,

não há lembrança de seu belo rosto,

do seu sorriso luminoso.




- Yst, que poema triste, não creio que conseguimos apagar em definitivo de nosso coração todas as pessoas que amamos verdadeiramente.


Yst pensou em perguntar a Samie se saberia citar neste momento alguém de seu passado que ficara na lembrança. Observou Samie, fechou o diário e raciocinou "prá quê?". - Tem razão, Samie, ele não é completo em sua mensagem. Depois leremos outros, inclusive, tem um com a palavra "Thermidor" que aparece rapidamente quando folheio e depois desaparece, mas eu vou ler o "espertinho" mais cedo ou mais tarde.


Samie sorriu - Um poema que não quer ser lido, que engraçado!

Yst se calou, criou coragem e...

- Em uma coisa concordo com o poema "Partidas", Samie, existem sorrisos luminosos e para mim, o seu sorriso é destes!


A garota corou - Obrigado pelo elogio amigo, o seu também é lindo, vamos aquela sombra?

- Vamos lá! Só espero que não achemos outro "Lupino, o campeão de vendas" com seus frascos esquisitos, Elvis, tivemos técnicas de vendas demais ontem a noite. Brrrrrrr!!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Cenários bucólicos de Outerzone


terça-feira, 4 de setembro de 2007

Unicórnios dão o ar da graça no Capítulo Segundo

A estrada se perdia no horizonte, curveando para cá e para lá. O casal seguia animado, encontrando seres fantásticos diversos, muitos deles indiferentes, outros ariscos e um outro tanto de curiosos – as informações para chegar na Foz, em ÁguaGrande onde habitava o rei urso eram desencontradas, mas Yst tinha uma bússola interior que pelo menos indicava um caminho que sabia que deveria evitar; qualquer outro caminho seria lucro e valeria a pena, ainda mais ao lado de Samie.
O nome Alice aparecera em alguns poemas e pensamentos anotados no Diário, mas os textos apareciam e desapareciam como se várias idéias lutassem para impor sua presença num espaço pequeno ou como se os mesmos aparecessem conforme o humor do livro.


“Números
se emparelham,
abstratos,
coesos
somando
Dividindo
países
nações
povos
famílias
pessoas
números”


- Por que Alice escreveu isto, Yst?
- Não sei dizer Samie, talvez tédio de andar nesta estrada de terra batida, tédio das horas onde tem muito verde e poucas pessoas ou seres para ver ou conversar, ou algo que a inspirou no momento em casa ou outro lugar. Veja se há outro texto interessante - depois quero ler também. Ufa, longo é o caminho, mas parece que estamos indo à direção correta.
Samie sorriu e Yst acrescentou mais um belo sorriso a sua coleção, valia a pena, Elvis, como valia!

Samie folheou o diário e uma citação saltou de suas páginas em branco:

“Estranhas ideologias impregnam nossa mente com venenos adocicados”.

Guardou a citação para si, observou Yst e notou que ele observava algo numa clareira, cavalos, não, unicórnios! Nunca tinha visto antes estes seres de tão perto. “Magníficos!” pensou.

À distância pastavam os unicórnios e assim permaneceram por um tempo, logo após, trotaram e dispararam na mata.

- São unicórnios não são, Yst? Qualquer dia podemos brincar com eles?
Yst sorriu, nunca chegou mais próximos que isto dos cavalos chifrudos.
- Talvez você consiga até cavalgá-los, são assustadiços, mas acho que na presença do belo, podem ficar magnetizados.
Samie olhou intrigada para Yst. - Não entendi...
Yst chutou uma pedra ruborizando. – Quis dizer que você é uma pessoa que despertaria a curiosidade dos seres mágicos de Outerzone. Seu sorriso, seu jeito de falar, é isto. Veja! Um lago, vamos beber água, lavar o rosto, acho que ali tem uma macieira, está com fome?

E foram animados se refrescar sob o sol de Outerzone.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Unicórnios de Outerzone